O mercado imobiliário do Rio de Janeiro iniciou o ano de 2025 com desempenho positivo, consolidando-se como o segundo maior do país. De acordo com levantamento da Brain Inteligência Estratégica, encomendado pela Ademi-RJ, foram 4.900 unidades vendidas entre janeiro e março, o que representa um aumento de 8,6% em relação ao mesmo período de 2024.
O estudo aponta que os imóveis compactos continuam impulsionando o setor. As unidades tipo studio, com menos de 45 metros quadrados, responderam por 40% dos lançamentos e 27,8% das vendas no período.
“Esse tipo de imóvel tem sido cada vez mais procurado, sobretudo em regiões centrais, reforçando a mudança no perfil do comprador e influenciando novos projetos”, afirma Marcos Saceanu, presidente da Ademi-RJ. “O cenário é saudável, com crescimento consistente, como tem que ser, evidenciando a força do mercado imobiliário carioca”, completa.
Para Lucy Dobbin, superintendente de vendas da Sérgio Castro Imóveis, especializada na revenda de imóveis usados, o fenômeno tende a puxar para cima os preços dos apartamentos antigos: “a diferença de preços entre um usado e um novo na mesma localização chega a 150%; uma gama de investidores tem entendido o bom negócio que é comprar estes imóveis velhos e fazer grandes reformas, para que se tornem atrativos a quem não pode ou não quer investir nos lançamentos”, explica a executiva. Ela também vê nos imóveis novos uma opção sólida de investimento para quem lucra com locaçôes por temporada: “muitos dos lançamentos compactos tem na Convenção de sues condomínios autorização expressa para a operação de aluguel por períodos curtos via aplicativo, algo que alguns dos condomínios mais antigos proíbem”.
Outro fator relevante foi a atuação do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), responsável por 48,6% das vendas residenciais na cidade no primeiro trimestre. O programa segue como peça central para a sustentação da dinâmica do setor.
A expansão recente do MCMV, anunciada pelo governo federal em maio, inclui agora famílias com renda de até R$ 12 mil e imóveis de até R$ 500 mil, ampliando o alcance do programa para a classe média. A medida é vista com otimismo por incorporadoras e analistas, que esperam reflexos positivos ao longo do ano.
Com a consolidação dos studios e o novo escopo do Minha Casa Minha Vida, o mercado imobiliário do Rio mantém-se aquecido, com perspectivas favoráveis para os próximos meses.