UFRJ cresce no ranking global e vira destaque entre universidades brasileiras

UFRJ sobe da 401ª para a 331ª posição no ranking mundial da CWUR e se torna a segunda melhor universidade do Brasil, mesmo enfrentando cortes e infraestrutura precária.

ment
Receba notícias no WhatsApp e e-mail
Foto: Agência Brasil.

Na contramão da crise que atinge o ensino superior público, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) surpreendeu e subiu da 401ª para a 331ª posição no ranking global da Center for World University Rankings (CWUR). O resultado coloca a instituição como a segunda melhor do Brasil, atrás apenas da USP, mas superando a paulista em critérios como qualidade da educação e corpo docente.

Enquanto 87% das universidades brasileiras caíram na avaliação de 2025, a UFRJ foi na contramão. Em qualidade da educação, que leva em conta o número de ex-alunos premiados, a federal do Rio ficou em 504º lugar mundial, à frente da USP, que aparece na 538ª posição. No critério de qualificação do corpo docente, também venceu: 176º lugar global, contra 190º da rival paulista.

“A minha pergunta é como seria se a gente tivesse o orçamento adequado, não digo nem maior, mas o mínimo adequado”, questiona o reitor Roberto Medronho, que também lamenta a precariedade nas instalações. “Aqui se ensina porque se pesquisa, esse é o lema da UFRJ”.

O levantamento avaliou 21.462 universidades em 94 países e é baseado em quatro critérios: educação (25%), empregabilidade (25%), qualidade do corpo docente (10%) e produção científica (40%). Justamente neste último ponto — pesquisa — a UFRJ ficou atrás da USP, com posições 393ª e 81ª, respectivamente.

Mesmo com elevadores quebrados, goteiras, rede elétrica defasada e prédios interditados, a UFRJ manteve a excelência acadêmica. “A gente não tem governabilidade sobre o orçamento, que é engessado”, explica Medronho, que também tenta articular com o Ministério da Ciência e Tecnologia para garantir a continuidade das pesquisas por meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.

Para o professor Mauro Osório, do Friperj, a falta de investimentos compromete o futuro da produção científica no país. “Não faz sentido ter R$ 800 bilhões de incentivos fiscais a empresas e as universidades deste jeito”, critica. Ele lembra a importância histórica da UFRJ em pesquisas de ponta, como o desenvolvimento da tecnologia de águas profundas que impulsionou a criação da Petrobras.

Do lado dos estudantes, a realidade é dura. “Falta orçamento. Melhoramos no o, mas ainda são poucos os que conseguem se manter na universidade”, afirma Arthura dos Santos, representante estudantil no Conselho Universitário da UFRJ.

Além da UFRJ, outras cinco universidades do estado do Rio também figuram no ranking CWUR 2025:

  • UFRJ – 2ª no Brasil | ?331ª no mundo
  • Fiocruz – 8ª no Brasil | ?668ª no mundo
  • UERJ – 12ª no Brasil | ?870ª no mundo
  • FGV – 13ª no Brasil | ?880ª no mundo
  • UFF – 18ª no Brasil | ?982ª no mundo
  • PUC-Rio – 44ª no Brasil | ?1.774ª no mundo

Mesmo com o orçamento apertado e a estrutura fragilizada, a UFRJ segue provando que excelência acadêmica também resiste à base de esforço, ciência e dedicação.

ment
Receba notícias no WhatsApp e e-mail

1 COMENTÁRIO

Comente

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui