Solos do RJ armazenam 300 milhões de toneladas de carbono e podem impulsionar mercado verde

Mapas inéditos da Embrapa mostram que solos do RJ acumulam mais de 300 milhões de toneladas de carbono. Dados podem embasar políticas ambientais e impulsionar créditos de carbono.

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Um estudo inédito da Embrapa Solos, em parceria com a Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade do Rio de Janeiro (Seas-RJ), revelou que os solos fluminenses armazenam mais de 300 milhões de toneladas de carbono orgânico. Os dados são fruto de um mapeamento detalhado feito com base em amostras de solo e recursos de sensoriamento remoto, cobrindo todo o estado do Rio de Janeiro. As informações são do Canal Rural.

A análise foi feita em duas camadas do solo: de 0 a 20 cm e de 30 a 50 cm de profundidade. A primeira camada concentra cerca de 189 milhões de toneladas, enquanto a segunda, 119 milhões. O levantamento pode se tornar peça-chave para políticas públicas e para o desenvolvimento do mercado de créditos de carbono, além de orientar práticas sustentáveis de manejo da terra.

“Para gerar um mapeamento que cobre todo o estado, utilizamos dados de quase 400 amostras de solo coletadas no estado para treinar modelos de predição do estoque de carbono do solo”, explica o pesquisador Gustavo Vasques, da Embrapa Solos. A partir disso, foi possível cruzar informações como relevo, clima, uso da terra e tipo de solo para criar os mapas.

As áreas serranas do estado, como a Serra do Mar e a Serra da Mantiqueira, aparecem como as regiões com maior acúmulo de carbono. O motivo? Clima mais frio, que retarda a decomposição da matéria orgânica e favorece a retenção do carbono. Já os manguezais, especialmente no delta do Rio Paraíba do Sul, também são destaque por acumularem carbono em solos encharcados, onde a ausência de oxigênio impede a ação de microrganismos decompositores.

Por outro lado, regiões do Norte-Noroeste fluminense registram baixos estoques de carbono, em especial áreas de pastagens degradadas. “São áreas onde há um carbono relativamente baixo. Medidas de manejo, conservação, correção e adubação do solo apropriadas podem incrementar o sequestro de carbono”, analisa Vasques.

Além do impacto ambiental, o carbono do solo se torna cada vez mais relevante no campo econômico. É uma commodity valiosa no mercado internacional, e saber quanto carbono está estocado é o primeiro o para inseri-lo em programas de compensação e venda de créditos de carbono.

Os mapas gerados já estão disponíveis na plataforma Geoinfo, da Embrapa, e integram uma estratégia mais ampla de incentivo ao sequestro de carbono via práticas agrícolas sustentáveis. A parceria também prevê a publicação de cenários que ajudem a orientar políticas públicas e iniciativas privadas para restauração de paisagens degradadas, intensificação sustentável da agricultura e monetização do carbono do solo.

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1 COMENTÁRIO

  1. Fugindo um pouco do assunto, mas ainda dentro das riquezas do Rio. Lembro de uns anos atrás, mais ou menos 15 anos, de ver um vídeo no Youtube de um especialista na área do petróleo aqui do Rio em que , segundo os cálculos dele, o Rio não só teria petróleo no seu litoral, no mar do território Fluminense, mas também em terra, no solo do país Rio de Janeiro.
    Nesse vídeo ele mostrava até em que lugares do território do país Rio de Janeiro tinha petróleo em terra. Uma região no município do Rio provavelmente era uma delas. Ele disse que estudos mais aprofundados iriam comprovar esses estudos técnicos dele.
    Procurei por esse vídeo e NUNCA mais conseguir encontrá-lo. Provavelmente apagaram propositalmente…
    Se esse técnico Fluminense estiver correto, mais uma vez vemos como sabotar o Rio de Janeiro e a população Fluminense virou esporte aqui no Bostil, pois tá na cara que vão impedir do Rio explorar essas reservas, caso fosse confirmado que temos petróleo também em terra firma, para futuramente o Bostil ficar com o lucro futuro dessa exploração.

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