Nova concessionária completa um mês de serviços nas barcas; antigos problemas seguem acontecendo e contrato de fiscalização ainda não foi assinado pelo Governo

O consórcio Barcas Rio assumiu a gestão no último dia 12 de fevereiro, entrando no lugar da CCR

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Fotos: Felipe Lucena

A reportagem do DIÁRIO DO RIO foi até o terminal na Praça XV, no centro da cidade, e pegou algumas embarcações para conversar com ageiros sobre o primeiro mês de serviços prestados pela concessionária Barcas Rio, que entrou no lugar da CCR no dia 12 de fevereiro deste ano. As reclamações dos usuários do transporte se assemelham às antigas queixas. A Secretaria de Transporte e Mobilidade Urbana do Estado do Rio de Janeiro e a Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários, Metroviários e de Rodovias do Estado do Rio de Janeiro (AGETRANSP) ainda não am o contrato que define como será a fiscalização dos trabalhos prestados pela nova gestão.

“Não melhorou em nada. Continua com intervalos longos. É um transporte público, 20 minutos entre uma barca e outra é muito tempo. E tem a questão do calor. Nesses dias mais quentes, estava inável viajar“, contou Kátia, que utiliza o serviço há mais de 40 anos. Ela completou: “Antigamente, com menos tecnologia, as barcas eram mais lentas, mas os intervalos eram menores”

Kátia, que estava na barca de Niterói (Praça Arariboia) sentido Rio de Janeiro (Praça XV), disse que, para não atrasar uma viagem, na sexta-feira antes do Carnaval pegou a embarcação para a Ilha do Governador (Cocotá) na intenção de evitar o trânsito até o Aeroporto do Galeão. Ela achou os horários ruins. 

Deveria ter uma linha entre a das 18h40 e 19h50. Eu pegaria nesse horário se houvesse. Acabei pegando mais cedo do que precisaria porque não tinha outra opção. É um horário de rush no Rio de Janeiro. Com certeza teria bastante gente para pegar. Eu trabalho com pessoas que são da Ilha do Governador e falam isso, que se tivessem mais barcas para o centro da cidade, em mais horários, eles utilizariam bem mais do que carros e ônibus”

O site da concessionária Barcas Rio informa que os horários das linhas Praça XV-Cocotá são 17:30, 18:40 e 19:50. Saindo da Ilha do Governador para o Centro da cidade, as barcas partem às 7:00, 8:00 e 9:20. 

Falando em ilha, os poucos horários para saída e chegada de barcas é uma reclamação antiga de quem mora em Paquetá. A MORENA (associação de moradores) informou ao DIÁRIO DO RIO que “ainda é cedo para falar de mudanças, pois sabemos que o tempo de transição da CCR para a Barcas Rio foi muito curto. Entretanto, nosso tempo de sofrimento com o transporte aquaviário é de longa data – são mais de 25 só de privatização. Entregamos um ofício a Barcas Rio no dia 12 de fevereiro, primeiro de do consórcio, solicitando uma reunião que ainda não foi agendada. Na ocasião, também entregamos os resultados da pesquisa que fizemos com os moradores. A pesquisa contou com a participação de quase um terço da população de Paquetá”.

No último dia 06 de março, as agens nas barcas da linha Charitas aram a custar R$ 7,70. Dentro da embarcação, Christian, que usa o transporte todos os dias, conversou com a reportagem do DIÁRIO e disse que gostou da queda do preço, mas fez uma ressalva.

“Estou com a impressão de que o pessoal que está pilotando as barcas mudou. Nos últimos dias, eu tenho notado uns trancos, uns barulhos, umas bordoadas quando a barca está em movimento. Não tinha isso antes“, afirmou ele, que pega tanto a linha Charitas quanto a Niterói – Praça Arariboia. 

Samuel, que usa a barca pelo menos duas vezes por semana, limitou-se a dizer para a reportagem: “Está a mesma coisa de sempre”

O DIÁRIO DO RIO fez contato com a Barcas Rio que não respondeu o contato até a publicação da reportagem.

O DIÁRIO também buscou esclarecimentos com a Secretaria de Transportes e AGETRANSP a respeito do contrato de fiscalização que ainda não foi assinado. A agência respondeu que “a Secretaria de Transporte e Mobilidade deverá ser acionada para esta demanda. A Agetransp faz a regulação de contratos e a fiscalização dos serviços concessionados. Agora Barcas opera sobre um novo modelo de atuação. A Setram é a responsável pela contratação e poderá prestar as informações necessárias”.

Atualização 14/03, às 10h50

A Secretaria de Estado de Transporte e Mobilidade Urbana (Setram) destaca que o novo modelo por Prestação de Serviço, em vigor desde o dia 12 de fevereiro, assegura ao Estado a responsabilidade pela definição da tarifa, fiscalização, pagamento e indicação de investimentos futuros. Menos de um mês após a mudança, a Setram já reduziu a tarifa da linha Charitas de R$ 21 para R$ 7,70, por meio de um convênio com a Prefeitura de Niterói, e anunciou, nesta quinta (13), a redução da tarifa das linha Arariboia, Cocotá e Paquetá para R$ 4,70. Na linha Charitas, a economia para o usuário pode chegar a R$ 580 por mês, considerando o período de 22 dias (ida e volta); nas demais linhas com redução, a economia gira em torno de R$ 130. No Carnaval, foram instalados climatizadores em quatro embarcações, medida temporária para amenizar as altas temperaturas que o Rio de Janeiro tem enfrentado. A previsão é que todas as barcas tenham sistema de refrigeração instalado até junho deste ano. 

A grade horária foi mantida, seguindo o que os ageiros do sistema já estavam acostumados. As embarcações também seguem funcionando normalmente, havendo previsão de reforço na frota, entre diversas outras melhorias visando proporcionar deslocamentos com conforto e segurança para a população.

A pasta informa, ainda, que o contrato que trata sobre a fiscalização do serviço está em fase final e será publicado em breve.

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