Naufragado em 1874, vapor Galgo reaparece no mar de Búzios

Embarcação transportava uma carga de milho e café, além de 15 ageiros. Responsabilizado pelo acidente, comandante do navio cometeu suicídio

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Destroços apareceram entre as praias do Canto e da Armação, por volta das 10h, desta quinta-feira

Frequentadores da Orla Bardot, em Búzios, no litoral do Rio de Janeiro, foram surpreendidos, na manhã de terça-feira (27), pela presença de parte de uma antiga embarcação encalhada.

Os destroços apareceram entre as praias do Canto e da Armação, por volta das 10h. O evento coincidiu com a mudança de fase da Lua, que se tornou Nova, às 00h02 (horário de Brasília), segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

A Secretaria de Cultura, por meio da Centro Municipal de Memória de Búzios, esclareceu que a estrutura pertence ao vapor Galgo, da cidade de Macaé, que sofreu um encalhe em setembro de 1874, de acordo com o jornal Folha de Búzios.

Segundo a secretaria, em decorrência do naufrágio, a região onde o navio afundou ou a ser chamada como “Vapor” pelos pescadores.

A mudança de fase lunar interfere gravitacionalmente nas marés, podendo intensificá-las. A Super Lua Nova, que não é visível a olho nu, pode ter contribuído para o reaparecimento parcial do Galgo.

Ao se acidentar, segundo pesquisadores do Centro de Memória Buziana, o navio ia de Macaé ao Rio de Janeiro. A embarcação transportava uma carga de milho e café, além de 15 ageiros.

Na ocasião, os náufragos foram resgatados, e carga vendida em Búzios. Depois do acidente, quatorze ageiros retornaram a Macaé por terra, ainda abalados pelo ocorrido.

Quantos aos restos do Galgo, ainda segundo os pesquisadores, foram leiloados por 1.200$000, através da intermediação do comendador Antônio Garcia da Silveira Terra.

Com cerca de 12 toneladas, a embarcação integrava a frota da Companhia Macaense União Fluminense, presidida por José Ribeiro de Freitas.

Antônio Gonçalves Tinoco Júnior, comandante do navio, teve um fim trágico. Ele cometeu suicídio dias depois, após ser responsabilizado pelo naufrágio.

O ato aconteceu em uma casa próxima ao local e alimentou histórias de assombrações que persistem na região até os dias atuais.

As ferragens do Galgo, apesar do tempo, continuaram a ser saqueadas por moradores e exploradores de marítimos.

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