Na tarde do último dia 18/05, o circuito do Museu das Remoções foi reinaugurado. Agora são 27 pontos de memória, representados em placas que ficam a céu aberto no local onde a comunidade da Vila Autódromo resistiu e permaneceu, sendo quase toda removida no período das Olimpíadas de 2016.
“As antigas placas com os pontos de memória estavam bastante deterioradas. Conseguimos a aprovação em um edital que possibilitou que fizéssemos novas placas e estruturas e com isso vem a reinauguração“, conta Sandra Maria de Souza, uma das moradoras que resistiu na Vila Autódromo e que compõe a equipe do Museu das Remoções.
A comunidade, ao lado do antigo Autódromo de Jacarepaguá, tinha cerca de 700 residências. As casas foram derrubadas com o pretexto da construção do Parque Olímpico para a realização das Olimpíadas de 2016. No entanto, 20 famílias lutaram para ficar e ficaram.
O antes e depois da Vila Autódromo
“Esse percurso nasce como outo ato de resistência. Em 2016 a ideia do Museu foi de apoiadores. E refazer foi outra conquista. Pensamos muito na ibilidade, era algo que precisávamos para melhorar. E melhoramos. Convidei pessoas com deficiência visual para ouvir os vídeos. Outra coisa foi melhorar a comunicação. “Muita gente que mora perto da Vila Autódromo não sabe da existência do Museu das Remoções. Aí fizemos uma placa grande, na entrada da comunidade, que conta resumidamente sobre a origem e objetivo do Museu.“, destaca Nathalia Macena, também moradora e da equipe do Museu.
Nathalia Macena apresentou um texto sobre remoções na reinauguração do percurso do Museu
Em 18 de maio – data que marca o Dia Internacional dos Museus – de 2016 foi inaugurado o Museu das Remoções. Nove anos depois, também em um dia 18/05, aconteceu a reinauguração.
O Museu das Remoções é um circuito a céu aberto com placas que remetem às memórias da Vila Autódromo. O percurso começa na Igreja São José Operário e segue pelas ruas próximas onde ficavam as antigas casas. Cada placa terá um QR Code que ao ser aberto no celular leva para um vídeo com uma explicação sobre o que aquela sinalização representa.
Entre os 27 pontos de memória têm placas sobre casas, a natureza local, animais e pessoas que vivem ou viveram na Vila Autódromo. Tudo foi pensado de forma coletiva com moradores e apoiadores da comunidade.
Antigos moradores como Senhor Adão e Dona Denise são lembrados nessas placas que marcam os pontos de memórias. Em alguns desses pontos, o piso das casas removidas ajuda a compor a base da instalação que segura a placa.
Placa sendo instalada no dia da reinauguração do percurso do Museu das Remoções
“Esse Museu das Remoções não é só sobre a Vila Autódromo. É sobre muitas e muitas favelas que sempre foram removidas no Rio de Janeiro, desde o Morro do Castelo até hoje em dia. Por isso que queremos todos aqui, nos visitando“, declarou Dona Penha, moradora da Vila Autódromo que se tornou símbolo da luta por moradia.
Visite o Museu das Remoções
Para ir ao Museu das Remoções basta enviar um e-mail para [email protected] e marcar uma visita guiada que conta com uma apresentação inicial na Igreja São José Operário e caminhada pelo percurso.
O museu das Remoções é realmente uma instituição viva, onde seus apoiadores estão sempre realizando eventos e recebendo visitantes de todos os lugares do Brasil e do exterior. MdR nascido dentro do processo remocional olímpico, onde o poder público (prefeitura ) em nome da especulação imobiliária ignorou totalmente os direitos
legítimos por lei que a comunidade tinha como os titulos de posso e a lei complementar 74 de 2005, que designou a comunidade ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE PARA MORADIA POPULAR. O braço do sistema caiu oesado sobre essa comunidade com juízes expedindo liminares de demolições oara fins público, hoje 9 anos depois vemos nos lugares de casas removidas de forma arbitrária so ente matos e nada de instituições pública.